Cabelo

1 min readMay 31, 2020

Por que eu nunca deixei meu cabelo crescer um bocado? Se não isso, eu faria muito por bem pintá-lo de uma cor que ninguém conseguisse dizer ao certo de primeira qual seria, e ficaria assim viajando em alguma paleta que sua mente tivesse como mais afim, que sua mente visualizasse a partir de tudo que esta pessoa viveu, ou mesmo por meros problemas de visão de origem possivelmente genética que este alguém tivesse. Uma cor sem nome.

Alguma das pessoas que se indagasse qual cor seria a cor de meu cabelo acabaria por imaginar ter tal cabeleira eu seu peito, me afagaria mentalmente e abarcaria minha cabeça com braços de fraternidade. Poderia até beijar, lábios e pelos.

E então, de cabelo pintado, eu seria um tal um. Seria toda a fragilidade da identidade mas toda a graça do que é autêntico. Todo o isolamento do que se desmembra mas toda a força do que é universo. Toda a vulnerabilidade do que não é conforme mas todo o olhar do desconforto outro. Seria por fim o arrodeio do que se sente diferente no caminho da fadiga dos comuns.

Azul não seria uma boa cor.

--

--

Responses (1)